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- Elsa Boublil, uma mulher de raízes múltiplas e identidade forte
- A carreira de Elsa Boublil: do rádio à direção de um teatro diferente
- Uma vida privada discreta, mas uma personalidade marcante
- O Théâtre de la Concorde, reflexo dos seus compromissos e projetos recentes
- Algumas curiosidades e iniciativas marcantes
Elsa Boublil, nascida em 14 de março de 1975, tem esse tipo de trajetória que seria difícil resumir em poucas linhas sem perder um pouco dessa riqueza que a torna única. Com 1,70 m, ela é musicista, ex-jornalista, produtora de rádio, e hoje diretora do Théâtre de la Concorde em Paris. Esse teatro, aberto em março de 2024, está longe de ser um lugar como os outros.
É engraçado, porque ao vê-la, você não espera necessariamente essa energia que mistura cultura, política e ativismo. Ela tem um olhar que já te conta um monte de histórias, uma mistura de seriedade e paixão ardente. Sabe, é o tipo de mulher que te envolve em debates onde arte e democracia se cruzam, fazendo você refletir muito depois de sair da sala.
Antes de estar à frente desse projeto ambicioso — o Théâtre de la Concorde – Elsa teve uma trajetória que é uma mistura sábia de música, rádio e política. Ela trabalhou ao lado de Michel Polac e Laure Adler, para France Culture e France Inter, e depois se fez um nome com um programa musical diário. Nem sempre foi um caminho fácil. É a história de uma paixão enraizada no jazz, na sensibilidade e numa certa raiva do mundo.
Você vai ver que, com Elsa, nunca é só teatro, é uma verdadeira aventura cidadã. Um projeto onde a cultura se abre para todos, onde a emoção convive com a reflexão. Uma história de lutas, compromissos e, acima de tudo, de energia coletiva. Você vai entender por que esse teatro tem essa luz particular que não se parece com nada mais em Paris.
Elsa Boublil, uma mulher de raízes múltiplas e identidade forte
Elsa cresceu em Fontenay-sous-Bois, na periferia parisiense, berço de uma sensibilidade musical que ela descobriu através do clarinete. Sim, clarinete! Não é o instrumento mais comum, mas fala muito sobre seu apego à música e ao som. Ela terminou um DEA sobre jazz e movimentos sociais nos Estados Unidos dos anos 50-60. Uma busca intelectual acompanhada de uma paixão artística.
Ela tem uma bela trajetória nos bastidores das rádios culturais, convidada às vezes na famosa France Inter. Lá está ela colaborando com nomes como Michel Polac, Laure Adler, multiplicando experiências e construindo pouco a pouco seu caminho. Ela não é apenas uma jornalista ou produtora, é uma exploradora da arte e do pensamento.
Em 2019, decidiu mergulhar na política acompanhando Anne Hidalgo na sua campanha. Isso combina bem com ela, porque sempre que se trata de transformar o espetáculo da cultura em um ato político e popular, Elsa está na linha de frente. Aliás, ela se tornou sua conselheira de cultura, um cargo chave onde gerencia o patrimônio e os comércios culturais. Palmas para ela.
O grande desafio dela é o renascimento do Théâtre de la Concorde, localizado nos jardins dos Champs-Élysées, no coração do 8º arrondissement. Um teatro municipal pensado como um laboratório de ideias, na intersecção da democracia e da arte contemporânea. Já se sente o sopro de uma mulher que quer mudar as regras do jogo.
A carreira de Elsa Boublil: do rádio à direção de um teatro diferente
Elsa não faz as coisas pela metade. Na France Culture e depois na France Inter, ela se destacou apresentando um programa musical que se tornou diário, um milagre nesse mundo em constante mudança da rádio. Francamente, não era garantido, mas ela conseguiu. Ela conjugava cultura e compromisso, música e política, sem jamais perder o equilíbrio.
Foi aí que ela cruzou com o destino político, participando da campanha de Anne Hidalgo em 2019. Depois, deixou um pouco os estúdios para integrar o gabinete da prefeita de Paris. Sua especialidade? Projetar iniciativas culturais que rompem com o quadro conservador, que dão um novo vigor ao acesso à cultura para todos.
Seu projeto principal, obviamente, é assumir o Théâtre de la Concorde. Esse local inaugurado em outubro de 2024, ela o chama de “outro teatro” porque não se parece com nenhuma outra sala parisiense. Fora a rotina: aqui, fala-se de democracia, de debates, de artes múltiplas — música, teatro, poesia, slam, artes visuais — num grande movimento comum e cidadão.
Para ela, esse teatro é uma emergência, uma luta política onde a arte se impõe como uma arma contra o obscurantismo, onde o espetáculo se torna reflexivo. Não é de se surpreender que ela insira um espírito shakespeariano, onde arte e sociedade estão intimamente ligados.
Uma vida privada discreta, mas uma personalidade marcante
Você não vai encontrar muitos boatos sobre Elsa, ela prefere jogar a carta da discrição. Sabe-se que ela compartilha a vida com o ator Philippe Torreton, uma dupla que casa a intensidade artística com a vida cotidiana. É o tipo de equilíbrio que deve alimentá-la bem, entre debates, criação e vida familiar.
Além disso, ela corajosamente escreveu um livro em 2015 sobre sua experiência difícil como aluna de clarinete e os abusos que sofreu na infância. É intenso, mas através desse testemunho, também descobrimos como a música foi um verdadeiro refúgio, uma luz em suas batalhas. Inevitavelmente, isso toca o coração.
Para além desse compromisso pessoal, ela se esforça diariamente para abrir a cultura aos bairros prioritários, aos jovens de áreas às vezes esquecidas, com oficinas artísticas que misturam escrita, teatro, dança e até podcast.
Seu teatro, no coração do 8º arrondissement mas conectado às periferias, é também isso: uma vontade de derrubar os muros sociais por meio da criação compartilhada e da democracia cultural.
O Théâtre de la Concorde, reflexo dos seus compromissos e projetos recentes
O mínimo que se pode dizer é que o Théâtre de la Concorde não faz nada como os outros. Entre suas atividades principais:
- 🎭 Espetáculos com temas fortes, como “La Question”, texto poderoso sobre a Guerra da Argélia encenado em parceria com Stanislas Nordey;
- 🎤 Palcos abertos que misturam pesquisadores, slammers e artistas para desconstruir grandes desafios democráticos e tecnológicos, especialmente a IA;
- 🧩 Oficinas de escrita, dança, stand-up, que combinam sensibilização, expressão pessoal e cidadania ativa;
- 🎧 Podcasts realizados por cidadãos que se formam sozinhos em som e na narrativa da sua história;
- 🌿 Um projeto inovador que une arte e cuidado, em parceria com centros de saúde, para pensar o cuidado do corpo e da mente numa abordagem global e artística.
Elsa dá atenção especial à acessibilidade: a maioria das atividades é gratuita, os preços dos espetáculos são muito acessíveis, um verdadeiro convite à democratização cultural.
E sabe de uma coisa? Esse teatro é também um observatório crítico, lançando debates sobre desinformação, ecologia e atualidade política, com um olhar aberto e rigoroso.
Algumas curiosidades e iniciativas marcantes
Francamente, adoro a ideia de que, quando Elsa quis “temperar” uma intervenção sobre democracia e IA, ela chamou um slammer, Capitaine Alexandre, para injetar um sopro poético e popular. Isso mostra bem sua abordagem: o teatro não é algo fixo, é vivo, faz todos os públicos interagirem.
Outro exemplo, o julgamento fictício do Sena, que reuniu mais de 1.200 pessoas. Uma experiência em grande escala que une arte, cidadania e ecologia, impulsionada diretamente pela prefeita. Aí está um teatro que faz sentido, de verdade.
E a temporada França-Brasil prevista para 2025? Um mergulho em questões climáticas, históricas e artísticas apaixonantes, com peças como a de Felipe Hirsch sobre os conquistadores normandos no Brasil. Dá vontade, não?
Para saber mais, você pode consultar seu perfil no LinkedIn ou ler essa entrevista apaixonante na Diacritik. E se você estiver curioso(a), aqui também está uma visão da sua nomeação em 2024 explicada no Scèneweb.fr.